Licenciados em Letras (Português e Inglês) pela UNESC - Dúvidas? somadeletra@gmail.com

Licenciados em Letras (Português e Inglês) pela UNESC - Dúvidas? somadeletra@gmail.com
Quem não tem uma (aliás, muitas) dúvida na hora de utilizar a língua mais complicada do mundo: o português brasileiro? E, agora, a "reforma ortográfica" mudou tudo- meu Deus!! Estamos perdidos? Não! E, talvez, este blog possa fazer você entender que não se pode ter medo ou raiva, apenas insegurança, ao usar a nossa língua materna. Afinal, não sabemos de tudo, porque este "tudo" é vivo, altera-se - e nós também. Esperamos não somente responder dúvidas, mas gerar discussões acerca de questões problemáticas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Não só de letras vive o homem...

Ele e ela - porque aqui a gramática não há de ser machista - precisam de amigos, um churrasquinho, uma música boa - se é que ainda existe - e algo gelado pra beber.

Podemos confirmar o próximo encontro dos forma(n)dos 2009/2????

Local: Casa da Paty
Data: 27/11
Cardápio: ahhhh, pára! Qual é mesmo, Fran? "Maonese"?
Bebidas: Sim, estamos bebidas e servidas.
Chegada: Quando der...
Saída: Quando der... vontade.


Nomes confirmados:

Rezilda
Namorizildo da Rezilda
Mizilda
Patyzilda- só o que nos falta é ela não ir.
Crizildo
Chazildo
Franci(neide)
Hériczildo - o Mestre
Estelizilda
Dionezildo - o Chavão

Quem mais?

Tenho sonhado com uma de nossas viagens/passeios.

Saudades demais dos dias em que sentávamos juntos e reclamávamos de tudo e sonhávamos com a tal liberdade que ainda não chegou.

Amo todos.

Milene Maciel

O perfil do docente ideal

"Ao fazer um acompanhamento das características de bons professores, o MEC reconhece que nem todas podem ser avaliadas por provas."

"[...] No Brasil, uma das novidades foi a instituição de um Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente. Previsto para ser aplicado a partir de 2011, vai medir os conhecimentos dos que querem se dedicar ao Magistério. O atrativo é grande: municípios e estados podem aderir à iniciativa, considerando-a um componente da nota dos concursos ou mesmo substituta dela."


Alouuuuuu, Santa Catarina! A contratação de profissionais qualificados e comprometidos mudaria, e muito, a qualidade do ensino público que, por vezes, mais desestimula que ensina.


Vamos ao perfil do docente decente (fácil falar pra quem ainda está de fora):


1 - Domina os conteúdos curriculares das disciplinas.
2 - Tem consciência das características de desenvolvimento dos alunos.
3 - Conhece as didáticas das disciplinas.
4 - Domina as diretrizes curriculares das discplinas.
5 - Organiza os objetivos e conteúdos de maneira coerente com o currículo, o desenvolvimentos dos estudantes e seu nível de aprendizagem.
6 - Seleciona recursos de acordo com os objetivos de aprendizagem e as características de seus alunos.
7 - Escolhe estratégias de avaliação coerentes com os objetivos de aprendizagem.
8 - Estabelece um clima favorável para a aprendizagem.
9 - Manifesta altas expectativas em relação às possibilidades de aprendizagem de todos.
10 - Intitui e mantém normas de convivência em sala.
11 - Demonstra e promove atitudes e comportamentos positivos.
12 - Comunica-se efetivamente com os pais dos alunos.
13 - Aplica estratégias de ensino desafiantes.
14 - Utiliza métodos e procedimentos que promovem o desenvolvimento do pensamento autônomo.
15 - Otimiza o tempo disponível para o ensino.
16 - Avalia e monitora a compreensão dos conteúdos.
17 - Busca aprimorar seu trabalho constantemente com base na reflexão sistemática, na autoavaliação e no estudo.
18 - Trabalha em equipe.
19 - Possui informação atualizada sobre as responsabilidades de sua profissão.
20 - Conhece o sistema educacional e as políticas vigentes.



Vou referenciar para não ser acusada de plágio. A reportagem completa - O X da questão: Avaliação Docente - se encontra na Nova Escola de novembro, p. 26.

A qual, por sua vez, recortou o perfil acima apresentado do site do MEC/INEP.

Tudo de copia, não é mesmo?

Teria sido bom referenciar dessa forma em todos os trabalhos da faculdade. Menos burocrático e disse o que tinha de dizer.

Beijos aos letreiros mais ocupados da minha vida.

Milene Maciel


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Atividades de Interpretação...

Para quem já está trabalhando na área, e para quem não está ficar bem informado...

Encontrei esse site com muitas atividades de Interpretação de Texto disponíveis em formato PDF...

Pelo que vi são atividades bem interessantes, e como ainda não furunquei todo o site, não posso dizer se tem mais alguma coisa de utilidade didática por ali...

Segue o link: http://pl.atualeditora.com.br/portugues/site/apoioaoprofessor/interpretacaodetexto.cfm]

Beijos

Fran

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Li, gostei, e vale a pena ler porque...

Olá pessoas do meu coração!



Estou colocando minhas leituras em dia! E como todos sabem, não sou assim o que se pode chamar de uma amante de livros dramáticos, tão pouco sei apreciar uma obra de Clarice como deveria, creio que ainda me falta o feeling necessário para fazer uma leitura densa (e complicada) como tal!
Além disso, não se todos sabem, mas agora saberão (aproveitem que isso agora é um fato raro) faço terapia desde o ano passado, e estou em um momento de bastante introspecção! Não chego aos pés da Clarice, também não tenho escrito muita coisa, mas tenho passado horas em devaneios!
Para um momento como o que estou passando, pensei que uma ótima leitura seria de um livro de crônicas, tipo “beijo na boca ou tapa na cara”, que me atentasse sempre ao que me cerca, me chamasse para realidade (nua, crua e sem temperos), mas que tivesse uma alta dose de bom humor e fugisse de qualquer tragédia grega, ou de uma visão pessimista das coisas!
Foi aí que, no meio de uma discussão literária com uma amigas, fui apresentada para Martha Medeiros.
Um livro, em especial, me chamou muita atenção, tanto pelo título, como pela capa, como pelo conteúdo. Doidas & Santas era tudo (T-U-D-O) que eu estava procurando!
E desde então devoro todos os dias no ônibus (passo duas horas por dia neles), e chegarei ao fim ao longo dessa semana.
O que posso dizer é que é uma obra para ser apreciada aos poucos;
Que a autora me indicou outros milhares de leituras que pareceram interessantíssimas;
E que refleti muito ao longo de cada palavra brilhantemente colocada por Martha!




Deixarei para vocês uma das crônicas que gostei:

UMA VIDA INTERESSANTE

"E, se eu lhe disser que estou com medo de ser feliz pra sempre?" pergunta ao seu analista a personagem Mercedes, da peça Divã, que estréia hoje em Porto Alegre.
É uma pergunta que vem ao encontro do que se debateu dias atrás num programa de tevê. O psicanalista Contardo Calligaris comentou que ser feliz não é tão importante, que mais vale uma vida interessante. Como algumas pessoas demonstraram certo desconforto com essa citação, acho que vale um mergulhinho no assunto.
"Ser feliz", no contexto em que foi exposto, significa o cumprimento das metas tradicionais: ter um bom emprego, ganhar algum dinheiro, ser casado e ter filhos.
Isso traz felicidade? Claro que traz. Saber que "chegamos lá" sempre é uma fonte de tranqüilidade e segurança. Conseguimos nos enquadrar, como era o esperado. A vida tal qual manda o figurino. Um delicioso feijão-com-arroz.
E o que se faz com nossas outras ambições?
Não por acaso a biografia de Danuza Leão estourou. Ali estava a história de uma mulher que não correu atrás de uma vida feliz, mas de uma vida intensa, com todos os preços a pagar por ela. A maioria das pessoas lê esse tipo de relato como se fosse ficção. Era uma vez uma mulher charmosa que foi modelo internacional, casou com jornalistas respeitados, era amiga de intelectuais, vivia na noite carioca e, por tudo isso, deu a sorte de viver uma vida interessante. Deu sorte?
Alguma, mas nada teria acontecido se ela não tivesse tido peito. E ela sempre teve. Ao menos, metaforicamente.
Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor, compram passagens só de ida.
Para os rotuladores de plantão, um bando de inconseqüentes. Ou artistas, o que dá no mesmo. Ter uma vida interessante não é prerrogativa de uma classe. É acessível a médicos, donas de casa, operadores de telemarketing, professoras, fiscais da Receita, ascensoristas.
Gente que assimilou bem as regras do jogo (trabalhar, casar, ter filhos, morrer e ir pró céu), mas que, a exemplo de Groucho Marx, desconfia dos clubes que lhe aceitam como sócia. Qual é a relevância do que nos é perguntado numa ficha de inscrição, num cadastro para avaliar quem somos? Nome, endereço, estado civil, RG, CPF. Aprovado.
Bem-vindo ao mundo feliz.
Uma vida interessante é menos burocrática, mas exige muito mais.

Martha Medeiros, em 22 de março de 2006.


Beijos...

Fran

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Entre a ciência e a sapiciência

Espero que não nos esqueçamos que, ao entrar no curso de letras, optamos por uma das tantas ciências que existem. Não aprendemos nem 1/3 do que há para se saber, porque há sempre muito para se descobrir e - talvez, quem sabe, por sorte! - contestar.

Entre minhas dúvidas estão presentes as da regência dos verbos, até que o professor Carlos me disse: "não se decora, não há como saber tudo, para isso existe o dicionário de regência verbal". E por isso, comprei um (em 4x no cartão da Rê) e fiquei muito feliz pelo investimento.

Segue, então, uma dentre as tantas loucuras que lá estão descritas, as quais eu ignorava completamente.

Sim, nós somos cientistas!

Se tem uma coisa que gostamos é de usufruir. Mas, será que devemos usufruir de algo, ou usufruir algo? Pois, vamos à explicação do Luft:

USUFRUIR 1. Transitivo direto: usufruí-lo. Ter gozo ou a posse de (algo alheio, que não se pode alienar, destruir ou desativar): Usufruir um prédio, uma indústria.

Transitivo indireto: usufruir de... (OBS.). Gozar; desfrutar; fruir; usar: Usufruir (d)as coisas boas da vida. “Usufruiu os rendimento (ou dos) rendimentos” (Jucá). Usufruir (de) amizades, (de) riquezas. Usufruir (d)os bens que se adquiriram. _ OBS. A variante regencial TI usufruir de..., registrada apenas, salvo erro, por Jucá, não faz mais que seguir o modelo da base verbal fruir: fruir as utilidades, fruir dos bens (cf. Fernandes: fruir).

LUFT, Celso Pedro, 1921 – 1995. Dicionário prático de regência verbal / Celso Pedro Luft. – 8.ed., 12.impr. – São Paulo: Ática, 2008. 544 p.

E como não se vive apenas de teoria, a vida também requer poesia. Estou postando um dos tantos poemas lindos da esposa do Sr. Luft. O qual faz parte de um livro que deve ser - não lido - devorado.

Somos inocentes

A parte dura desta humana lida

é dizer sim na hora do não,

escolher mal entre silencio e grito,

entre a noite e a explosão

do dia.

Ceder quando devíamos negar, dizer

não em lugar de afirmar, partir

quando era bom amar, fechar-se

em vez de resgatar

a vida.

Sermos tão incertos e indecisos,

perdendo o trem, a hora,

o agora: mas a gente

não sabia

- Lya Luft em Para não dizer adeus.

Quem é Lya Luft? Uma mulher gaúcha, brasileira, que faz cada vez mais, aos sessenta e um anos, o que desde os três ou quatro desejava fazer: jogar com as palavras e com personagens, criar, inventar, cismar, tramar, sondar o insondável.

Celso Pedro Luft partiu em 1995, foi um professor, gramático, filólogo, linguista e dicionarista.

Como é bom pesquisar, descobri que eles se conheceram em uma prova de vestibular e que ele foi professor dela posteriormente. Diferença de idade? 19 anos. Eles se separaram em 1985 (ano em que nasci) e Lya casou-se com alguém que morreu em 1988, ela e Luft voltaram a se casar em 1992, depois de dois anos de enfermidade, ele faleceu em 1995. Gente! Ele largou a batina para se casar com ela.

Que lindo!

Abraços e muita busca.

Mi

terça-feira, 20 de abril de 2010

Acampamento ou Acampadentro Junino

Eu vou!!!
Acho que nem precisava falar né!
Beijos
Fran

domingo, 18 de abril de 2010

Descont(r)AÇÃO


Apenas para continuarmos a fazer algo que sempre amamos: RIR!




Preconceito linguístico?



Ignorância? (no sentido do "desconhecer")



Tia Mi

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Para matar a saudade 12/03/2010

Aos 12 de março de 2010, 26 pessoas viveram um momento mágico único.
É possível esquecê-lo?

segunda-feira, 29 de março de 2010

Luz, câmera, ação!




Quando eu entrei na faculdade, pensei que aqueles trabalhos com cartazes – em que nós fazemos margem numa cartolina, colamos uma figura, escrevemos primeiro a lápis, depois passamos pincel atômico por cima e finalizamos apagando as linhas que serviram de apoio – seriam apenas lembranças da minha oitava série. Acreditei também que as peças de teatro amadoras ficariam para trás, junto com tudo o que havia vivido nos meus não tão distantes tempos de escola. “Na faculdade, os professores solicitarão trabalhos muito bem fundamentados em leituras e discussões previamente realizadas, cheio de citações que comprovem tudo aquilo que afirmamos.” pensava eu. Houve sim esses tipos de trabalho. E não foram poucos! Literatura e Estágio foram os campeões nesse quesito. Mas foi a disciplina de Literatura que mais nos permitiu criar. Não precisamos nos fundamentar em Massud Moises, nem nos PCNs ou Orientações Curriculares para que realizássemos o que foi para mim o mais prazeroso trabalho da faculdade: a adaptação da peça “A história de uma fita azul”, de Machado de Assis. Prazeroso não apenas por lidar com uma história interessante e fácil de ser contada, mas sim por ter podido compartilhar momentos incríveis com pessoas maravilhosas, dispostas e, principalmente, talentosas. Arrumamos o cenário, decoramos as falas dos personagens, adaptamos o sotaque e pronto: a peça estava pronta para ser apresentada. A maior recompensa, certamente, não foi a nota máxima alcançada. Foi sim ouvir os aplausos dos nossos colegas e do nosso professor e a sensação de dever cumprido. Por alguns instantes, em um palco improvisado, aqueles atores amadores se sentiram os mais profissionais de todos. E que emoção sentimos naquele momento! Porém, instantes depois, o “sinal” tocou. O “público” se foi. As luzes se apagaram. O “cenário” foi desmontado. O “figurino” foi trocado e, cada um reencarnou o personagem que melhor cai bem: nós mesmos. Voltamos à realidade. Sem fitas azuis ou coloridas, apenas sendo nós mesmos. Não sei se os personagens da peça irão um dia se reencontrar, mas certamente, seus representantes, entre encontros e desencontros farão o possível para que os laços firmados - azuis, multicolores ou transparentes - sejam mantidos fortemente unidos, conectados, ligados, prendidos e vinculados. São sentimentos como os divididos com vocês, que ator nenhum, por melhor que seja, conseguirá transmitir aos seus espectadores. Essa é magia da vida, que só o mundo real pode proporcionar e só quem compartilha consegue sentir. Espero que vocês, colegas, atores ou espectadores, sintam hoje e sempre o mesmo que eu e, que nossas fitas jamais se rompam, mesmo que elas existam apenas em nossa memória... ou quem sabe, em nosso coração.




Com carinho,

Chá
































domingo, 28 de março de 2010

O diabo mora na tipografia

Gentemm, to muito feliz por ver postagens que não vêm apenas de mim.

Hoje, posto um material que encontrei - pra variar - procurando outra coisa que - pra variar - não encontrei. Sabem, é a lei do "Smurf".

O Rapha, colega de trabalho, havia me falado de uma crônica de Fernando Sabino que explanava acerca da ingrata missão de revisar textos, na qual ele afirmava que o diabo mora na tipografia, pois, por mais que se leia, 421545121141545 e infinitas vezes, ao enviar/publicar/imprimir, vê-se, ali, na cara, um erro.
Sexta, isto aconteceu comigo e, como sou nova no ramo - e sobretudo, na empresa - fiquei muito chateada - mesmo!! Mas, lembrei da crônica e vim procurá-la. Não a encontrando, descobri um texto de Roberto Gomes - nunca vi mais gordo - e, abaixo, dividi-lo ei com vocês (não o Roberto, mas o texto mesmo), dedico-o, principalmente, aos meus sócios no RedAÇÃO, Estela e Charles, e àqueles que têm revisado textos.

***************
Revisar textos é tarefa inglória. (Editar também, mas isto fica para outra ocasião.) Por mais neuróticos compulsivos que sejam os revisores, já sabemos de antemão que algo escapará, algum descuido mais ou menos grave ficará para sempre impresso numa página tantas vezes vista e revista. O Fernando Sabino fala disto numa crônica antiga, lembrando um ditado que circula desde Gutenberg pelas oficinas gráficas e que ainda hoje se insinua nos ambientes informatizados: “o diabo mora na tipografia”.

Desde que me meti nisto de editar livros, sou perseguido, no entanto, por uma sina particular. O livro pronto, chegado da gráfica, é retirado do pacote. É um prazer insuperável. O cheiro de livro recém-saído da gráfica só é comparável ao do pão recém-saído do forno. Uma delícia. Depois de conferir capa, contracapa, folhear rapidamente as páginas, de colocar o livro sobre uma mesa ou numa prateleira para ver o efeito, chega o momento crucial: abrir o livro.

É quando entro em pânico. A sina que me persegue é a seguinte: sei que vou abrir aquele livro exatamente numa página que contém um erro, não raro o único erro de todo o livro. Numa editora que dirigi, os funcionários me traziam os livros recém-editados com o coração aos pulos (coração de revisor é muito sensível, como se sabe). Estavam convencidos de que eu abriria numa página com algum erro de revisão. E não dava outra: lá estava a vírgula fora do lugar, o ponto duplicado, o parêntesis que não foi fechado, o travessão inesperado, o s no lugar de um z. Recentemente, abri um livro que editei na página que havia um “ehos” no lugar de um óbvio “ethos”. Como passou despercebido? Impossível. No entanto, lá está o erro não visto, que agora nos salta aos olhos como se fosse um holofote. Brilha para todos os lados, ocupa todo o espaço da mancha impressa, ri de nossos cuidados.

Certa ocasião, eu lia um livro sobre editoração quando, lá pelas tantas, o autor dizia que um livro merece ser editado com máximo cuidado e, portanto, não pode conter nenhum erro. Fiquei chocado com esta afirmação temerária. Não se deve escrever tal coisa, ao menos num livro, pensei. Bom, duas páginas adiante, lá estava o erro: todos os números de página eram impressos em vermelho, menos naquela, onde saiu em preto. Pronto. O diabo, como sempre, dera uma voltinha pela tipografia.

É um problema que merece reflexão. Deve haver, por alguma razão, em algum lugar do cosmos, uma conspiração das letras, das máquinas, das palavras, quem sabe obra de algum espírito brincalhão que se mete entre as páginas. Talvez circulem no mundo palavras em demasia, livros em excesso, páginas redundantes. Os deuses da literatura nos castigam com estas gafes para que não percamos a humildade.

Já em 1980 eu andava atormentado por esta triste sina, quando, em São Paulo, percorria quilométricos corredores de uma Bienal do Livro. Bisbilhota daqui e dali, folheia livros a cada estante, resolvi parar num canto para examinar uma montanha de catálogos coletados na caminhada. Mas minha atenção foi despertada por um sujeito que estava expondo xilogravuras num corredor anexo. Fui bisbilhotar, que é o que mais se faz em Bienais. Era um bom gravurista, chamado Marcelo Soares, munido de chapéu de aba larga e boa lábia nordestina. Conversamos e, lá pelas tantas, descobri o que me levara àquele lugar.

Misturada a outras gravuras, encontrei uma intitulada “Lampião chutando o traseiro do Diabo.” Eis a razão pela qual eu fora à Bienal, pensei. Lampião desferindo um potente chute na bunda do Diabo me pareceu uma imagem perfeita para os dramas que enfrentamos ao editar.

Comprei a gravura, mandei emoldurá-la e até hoje ela está comigo, aqui na parede ao lado, como uma espécie de santo protetor dos sofrentes (é sofrentes mesmo, revisor, não corrija) escrevinhadores e editores e revisores. Com esta xilogravura por perto, me sinto mais tranqüilo, mas, é claro, não livre de erros. Quando eles acontecem, vou até a xilogravura e, como devotos de outros santos devem fazer, converso com Lampião, reclamando não ter sido alertado por este tropeço. Um homem tão poderoso, digo a ele, capaz de colocar em debandada os macacos da Volante, como não me protegeu deste ridículo “ehos”?!

Lampião nem me olha. Limita-se a desferir novo chute na bunda do Diabo.

Bem, ao menos tenho como companheiros vários revisores amigos dos quais me apiedo: a Antônia Schwinden, o Renato Bittencourt Gomes, a Silvana Seffrin, e minha mulher, Iria, que conserta as trapalhadas que digito. Criaturas mais competentes do que eu nesta tarefa, digna de Sísifo, de cavoucar gafes impressas. Rezo por eles a meu santo protetor, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, já que todos vivemos aterrorizados com a possibilidade de uma simples vírgula se transformar num holofote.

e-mail: robertogomes@criaredicoes.com.br

Milene Maciel

quinta-feira, 25 de março de 2010

Quinta-feira

Quinta-feira era dia de aula com o Prof. Gladir... Eu, particularmente, esperava a semana toda por essa aula...

Divido um texto dele que "diz muito sobre tudo":

Visita do super-herói
Pois é, gente. Não é que recebi a visita de meu super-herói?! Não é todo dia que a gente tem esses privilégios. Arthur veio até minha casa, conversamos, tocamos música (ele toca bateria!), tomamos refri, trocamos figurinha, como se diz. Fiquei feliz da vida por essa visita inesperada, e espero que ele venha mais vezes.

Sabe de uma coisa: a intensidade de nosso amor não depende tanto da proximidade das pessoas, mas da verdade de nosso sentimento e da força de nossa ligação. E quando a gente ama, a gente ora pelo amado, a gente chora junto, a gente ri, a gente espera o tempo que for necessário para se encontrar de novo.

Um grande abraço pra você, Arthur. E até a próxima, neste mesmo batcanal.

(Gladir Cabral)


Confiram o site: http://www.gladircabral.com.br/site/

Beijos

Fran

quarta-feira, 24 de março de 2010

Nossos sonhos

O sonho

Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.

Clarice Lispector.

Patty

Saudades

Saudades é não saber.
Não saber o que fazer com os dias que ficammais compridos,
não saer como encontarr tarefas que lhe cessem o pensamento.
Não saber como frear as lágrimas diante da música,
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Martha Medeiros

Patty

Mudando de assunto...

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, metade santidade.
Escolho meus amigos não pela pele, mas pela pupila: tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles eu não quero respostas, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Quero-os loucos, daqueles que sentam horas e horas, conversando ou em silêncio e esperam a chegada da lua cheia.
Quero-os santos para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero deles risos previsíveis nem choros piedosos.
Não quero deles só o ombro ou o colo; quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas que também lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o sabor do vento no rosto.
E velhos para que nunca tenham pressa.
Preciso deles para saber quem eu sou, pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei que a normalidade é uma ilusão... estéril!"

(Oscar Wilde)

Quem me apresentou esse texto foi nossa AMIGA TOPA TUDO Renata!!!
Achei bem pertinente dividí-lo com vocês!


MAIS FOTINHOS








ALOHA

Fran

terça-feira, 23 de março de 2010

Viagem II

Já que o assunto é viagem...
Que tal lembrarmos dos momentos que vivemos na Praia da Ferrugem?
Como me descobri uma ótima professora de português depois de ter certeza que deveria ter feito Artes Visuais, não é de se surpreender que imagens, ao menos para mim, valham mais que mil palavras!

Seguem alguns registros... e fica o aviso:

GENTEEEEEEE, EM ABRIL MANDO E-MAIL COM CUSTOS, CARDÁPIOS E PROGRAMAÇÕES!!!







Lembrando queeeeee, sábado, dia 20/03, nosso colega que sobre de Esquizofrenia Múltipla esteve de aniversário!!!

PARABÉÉÉÉÉÉNNNNNNSSSSS KIKIIIIIIIISSSSSSS!!!

Beijos,

Fran