Licenciados em Letras (Português e Inglês) pela UNESC - Dúvidas? somadeletra@gmail.com

Licenciados em Letras (Português e Inglês) pela UNESC - Dúvidas? somadeletra@gmail.com
Quem não tem uma (aliás, muitas) dúvida na hora de utilizar a língua mais complicada do mundo: o português brasileiro? E, agora, a "reforma ortográfica" mudou tudo- meu Deus!! Estamos perdidos? Não! E, talvez, este blog possa fazer você entender que não se pode ter medo ou raiva, apenas insegurança, ao usar a nossa língua materna. Afinal, não sabemos de tudo, porque este "tudo" é vivo, altera-se - e nós também. Esperamos não somente responder dúvidas, mas gerar discussões acerca de questões problemáticas.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Atividades de Interpretação...

Para quem já está trabalhando na área, e para quem não está ficar bem informado...

Encontrei esse site com muitas atividades de Interpretação de Texto disponíveis em formato PDF...

Pelo que vi são atividades bem interessantes, e como ainda não furunquei todo o site, não posso dizer se tem mais alguma coisa de utilidade didática por ali...

Segue o link: http://pl.atualeditora.com.br/portugues/site/apoioaoprofessor/interpretacaodetexto.cfm]

Beijos

Fran

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Li, gostei, e vale a pena ler porque...

Olá pessoas do meu coração!



Estou colocando minhas leituras em dia! E como todos sabem, não sou assim o que se pode chamar de uma amante de livros dramáticos, tão pouco sei apreciar uma obra de Clarice como deveria, creio que ainda me falta o feeling necessário para fazer uma leitura densa (e complicada) como tal!
Além disso, não se todos sabem, mas agora saberão (aproveitem que isso agora é um fato raro) faço terapia desde o ano passado, e estou em um momento de bastante introspecção! Não chego aos pés da Clarice, também não tenho escrito muita coisa, mas tenho passado horas em devaneios!
Para um momento como o que estou passando, pensei que uma ótima leitura seria de um livro de crônicas, tipo “beijo na boca ou tapa na cara”, que me atentasse sempre ao que me cerca, me chamasse para realidade (nua, crua e sem temperos), mas que tivesse uma alta dose de bom humor e fugisse de qualquer tragédia grega, ou de uma visão pessimista das coisas!
Foi aí que, no meio de uma discussão literária com uma amigas, fui apresentada para Martha Medeiros.
Um livro, em especial, me chamou muita atenção, tanto pelo título, como pela capa, como pelo conteúdo. Doidas & Santas era tudo (T-U-D-O) que eu estava procurando!
E desde então devoro todos os dias no ônibus (passo duas horas por dia neles), e chegarei ao fim ao longo dessa semana.
O que posso dizer é que é uma obra para ser apreciada aos poucos;
Que a autora me indicou outros milhares de leituras que pareceram interessantíssimas;
E que refleti muito ao longo de cada palavra brilhantemente colocada por Martha!




Deixarei para vocês uma das crônicas que gostei:

UMA VIDA INTERESSANTE

"E, se eu lhe disser que estou com medo de ser feliz pra sempre?" pergunta ao seu analista a personagem Mercedes, da peça Divã, que estréia hoje em Porto Alegre.
É uma pergunta que vem ao encontro do que se debateu dias atrás num programa de tevê. O psicanalista Contardo Calligaris comentou que ser feliz não é tão importante, que mais vale uma vida interessante. Como algumas pessoas demonstraram certo desconforto com essa citação, acho que vale um mergulhinho no assunto.
"Ser feliz", no contexto em que foi exposto, significa o cumprimento das metas tradicionais: ter um bom emprego, ganhar algum dinheiro, ser casado e ter filhos.
Isso traz felicidade? Claro que traz. Saber que "chegamos lá" sempre é uma fonte de tranqüilidade e segurança. Conseguimos nos enquadrar, como era o esperado. A vida tal qual manda o figurino. Um delicioso feijão-com-arroz.
E o que se faz com nossas outras ambições?
Não por acaso a biografia de Danuza Leão estourou. Ali estava a história de uma mulher que não correu atrás de uma vida feliz, mas de uma vida intensa, com todos os preços a pagar por ela. A maioria das pessoas lê esse tipo de relato como se fosse ficção. Era uma vez uma mulher charmosa que foi modelo internacional, casou com jornalistas respeitados, era amiga de intelectuais, vivia na noite carioca e, por tudo isso, deu a sorte de viver uma vida interessante. Deu sorte?
Alguma, mas nada teria acontecido se ela não tivesse tido peito. E ela sempre teve. Ao menos, metaforicamente.
Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor, compram passagens só de ida.
Para os rotuladores de plantão, um bando de inconseqüentes. Ou artistas, o que dá no mesmo. Ter uma vida interessante não é prerrogativa de uma classe. É acessível a médicos, donas de casa, operadores de telemarketing, professoras, fiscais da Receita, ascensoristas.
Gente que assimilou bem as regras do jogo (trabalhar, casar, ter filhos, morrer e ir pró céu), mas que, a exemplo de Groucho Marx, desconfia dos clubes que lhe aceitam como sócia. Qual é a relevância do que nos é perguntado numa ficha de inscrição, num cadastro para avaliar quem somos? Nome, endereço, estado civil, RG, CPF. Aprovado.
Bem-vindo ao mundo feliz.
Uma vida interessante é menos burocrática, mas exige muito mais.

Martha Medeiros, em 22 de março de 2006.


Beijos...

Fran